domingo, 17 de fevereiro de 2008

Jorge Reis-Sá



Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2008, conferência com o autor.

Conheci o homem e revelo aqui uma inconfidência: não consigo compreendê-lo!

É um homem inteligente, interessante, por vezes brilhante, mas de uma sensibilidade mecanizada, ou seja, algo elaborada, algo fictícia ou melhor, uma tentativa utópica de ser assim. Eu não acredito! Seria legitimar Platão na sua condenação aos Poetas. E reforçei esta ideia, depois de ler "Vou para casa", o livro que o autor gentilmente me ofereceu. A melancolia de um desejo que não chegou, esse desejo incongruente de viver aquilo que se pode ter vivido, mas vivê-lo sentindo o que se quer sentir. Na verdade, ao saborear o livro, pensei estar a ler Baudelaire e as suas saborosas "Flores do mal", ou ainda "Sands at Seventy" do fabuloso Walt Whitman, mas não, é simplesmente um homem que deseja ardentemente chegar a casa. Qual Ulisses desejoso de chegar á bela Ítaca.

Deixo-vos o fabuloso "O Aparador":

"A casa está escondida por entre a vegetação. Há no bosque um limite para a verdade.

Lá dentro, o aparador tem o pó dos anos. A Casa na árvore desapareceu. A vida trouxe o passado. O melhor sentido das coisas é a sua memória."1

1 - Fonte: REIS-SÁ, Jorge, Vou para Casa, Edições Quasi, 2008.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá!
Também assisti à mesma palestra, no entanto fiquei com a sensaçâo que este escritor ainda está a começar, daí a sua deambulação e as suas curvas da vida. Penso que o seu caminho ainda não está traçado, ou melhor, ainda não definiu o seu caminho. É normal... Contudo parece-me que o homem promete.

Anónimo disse...

digamos que o teu comentario é um pouco bizarro em relação ao escritor famalicense mas tem algumas coisa pela qual sou da mesma opinião....como sempre mt filosofico.
1 abraço continua assim