terça-feira, 22 de maio de 2012

ELITISMOS E ESTILISMOS

ELITISMOS E ESTILISMOS
Há três meses que tenho a minha mítica e mística vespa PX125. Reconstruída pela Piaggio a partir do modelo vintage, esta preciosidade corresponde aos mais altos padrões de fiabilidade e conforto, tornando a relação qualidade-preço bastante satisfatória. 
Para os amantes do retro, é uma motorizada que cumpre os desígnios elementares e fundamentais do que se procura: beleza, história, misticismo, recordações e, fundamentalmente, capacidade de reinvenção a partir de modelos tradicionais. Por menos de 4.000,00 € temos acesso a um objecto de luxo que nos fará sentir a liberdade de fugir ao próprio sentido do tempo e do espaço, rementendo-nos para uma dimensão meta-histórica, onde o sentido estético nos limita a palavra e nos remete somente para o experienciar, o contemplar e o possuir. A cada viagem, nada mais permanece, apenas o sentido torna-se efémero e único! O que resta é um amor e dois destinos: o amor do homem pela máquina e os destinos de se complementarem na procura da experiência única!

terça-feira, 6 de março de 2012


SCIUSCIA - Engraxador de sapatos
um filme de Vittorio de Sica

Num tempo obscuro, onde a natureza humana se confrontava com o esterco feérico da irracionalidade, do vazio e da miséria, Vittorio de Sica retratou uma estranha forma de vida, reconduzindo a amizade, o amor, a lealdade e a ânsia de liberdade, à dor, à angustia e ao sofrimento. Sciuscia é essa obra magistral que nos conduz a um momento existencialista onde a interrogação sobre o sentido da própria vida transforma-se num logro.
A viagem de Giuseppe e Pasquale, cultivada na amizade, alcança o seu paradoxo mais cruél: por um lado, o sonho, a liberdade, uma liberdade pungente personificada no cavalo que desfila, qual Genitor, com dois Césares altivos e triunfantes; por outro lado, a realidade, a condições social que esmaga, oprime e aliena toda e qualquer essência livre. A prisão, a miséria, a culpa, a morte, a angústia, o sofrimentos e a pena, são todos os resquícios da decadência social a que chamamos modernidade. Mas como são belos os adornos do mal, e como proporcionam um brilho triunfante ao neorealismo italiano! Esta obra, de 1946, é absolutamente genial e intemporal! É obrigatório desfrutar a representação enquanto é tempo, já que a terrível experiência de viver tais circunstâncias já esteve mais longe do que se imagina! Uma das obras primas da 7.ª arte.

sábado, 21 de janeiro de 2012


GUIMARÃES - CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA 2012

Cá está um bom pretexto para retornarmos a casa, à casa que fundou a nação, a nação que fundou meio mundo! Já se encontra disponível em http://www.guimaraes2012.pt/ o prospecto com a programação dos meses de Janeiro e Fevereiro de 2012. Para quem têm disponibilidade de tempo e de dinheiro, deve submergir e emergir nestas águas tão profundas e tão deliciosas, que nos transformarão em homens mais cultos, num país culturalmente mais rico. Guimarães consta nas recomendações turísticas internacionais para 2012, resta-nos a nós aproveitar as potencialidades culturais que nos são oferecidas e que estão aqui tão perto. Abriremos esta oportunidade e fecharão-se muitas outras, mas nada que o tempo não nos permita recuperar. Guimarães espera por nós, e eu espero ir, sem dúvida!
Recomendação: Série ROMA.

Para quem gosta dos períodos imperiais clássicos, com um bom enredo, excelentes cenários e com uma narrativa suficientemente cativante para reconduzir o pensamento do espectador à época, então não deve perder o visionamento desta excelente série da HBO. Disponível - a série completa - em dvd e blu-ray, por um preço a rondar os 60,00 €, na Fnac. É uma aposta fantástica para um bom fim de semana cinematográfico, onde poderemos entender o sentido da política, da estratégia, da dominação, do poder e da loucura. Algo tão sintomático da decadência e da regenerescência tão evidente e urgente nos tempos que correm. Aproveitem! A cultura ainda consegue ser o último reduto da liberdade e da felicidade humana!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ROBERT FROST

Nothing Gold Can Stay


Nature's first green is gold
Her hardest hue to hold.
Her early leaf's a flower;
But only so an hour.
Then leaf subsides to leaf.
So Eden sank to grief,
So dawn goes down to day.
Nothing gold can stay.

Tradução:

O Dourado Nunca Dura

O dourado natural
É o tom mais inconstante.
No início, a folha é flor;
Mas apenas por um instante.
Assim, folhas se sucedem.
A tristeza toma o Éden;
Fim da alvorada: amargura.
O dourado nunca dura.



Nota: O poema significa que qualquer coisa que é genuína irá eventualmente desaparecer, e que tudo que tem uma beleza verdadeira precisa eventualmente desaparecer. É também uma maneira diferente, mais profunda de mostrar a mudança das estações.

Fonte: Texto: Wikipedia - Imagens: Saranna Drury, 2011