Para Descartes, as nossas ideias das coisas sensíveis representam alguma coisa importante acerca da verdadeira natureza das coisas. As ideias sensoriais assemelham-se ás coisas. Os sentidos não nos dão um conhecimento no sentido mais pleno da palavra, eles têm uma outra função diferente.
Teoria Semiótica dos Sentidos:
Em Descarte, permanace a ideia de que os sentidos dão-nos sinais em relação ao meio ambiente e nós somos mecanismos de interpretação do meio ambiente.
A nossa relação semiótica não tem a ver com a verdade e falsidade. Há uma relação semiótica com a realidade proporcionada pelo corpo/sentidos.
O corpo é o instrumento que lê sinais da realidade, que assinala dano e vantagem desses sinais e a reacção do organismo a esses sinais permite ao organismo reagir a esse ambiente. A sede, por exemplo, é a reacção normal do organismo a um estado de desiquilibrio, o sinal é a secura na garganta mas podia ser outro.
Queimar-me, é uma sensação externa, que designa um ambiente hostil e que não devo manter esse contacto porque é prejudicial para mim.
Os sentidos são algo diferente do que os Aristotélicos pensavam, não nos dão acesso ao conhecimento, mas orientam-nos para algo material. Não nos fazem saber a essência do mundo, dão-nos a superfície das coisas, mas são necessários, tem um papel prático, por exemplo, eu preciso de ver ou sentir para não me queimar.
Os sentidos são um complemento da ciência, da medicina, que precisam de detalhes físicos. Usar os sentidos para conhecer, é importante, mas o intelecto é que penetra nas coisas. Para Descartes, um mecanismo funcionar para aquilo que lhe é próprio, não é entendimento.
Os sentidos não dizem a verdade do mundo material. Os sentidos dão sinais de aviso que são vantajosos para nós enquanto seres materiais.
Quando recuperamos a confiança nos sentidos, concluiremos que, tal como dizia Platão, «sou uma coisa pensante com um corpo».
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