domingo, 20 de junho de 2010

JOSÉ SARAMAGO (1922-2010)

Partiu aquele que foi o expoente máximo da cultura portuguesa contemporânea.
Filho e herdeiro de uma tradição humanista, Saramago conseguiu a afirmação e universalização da língua de Camões, que será agora também a língua de Saramago.
Todos ficámos mais pobres e mais burros, e ficámos órfãos daquele que nos consolava e atiçava o espírito crítico e reflexivo que existe em nós.
O inferno terminou para ele, aquele inferno que Sartre tão bem denominou como os outros. O que o espera é a eternidade, não a ingénua e metafísica eternidade do parolos, mas sim a infinitude do nome que perdurará na memória e na história do próprio mundo.
Todos teremos sempre uma dívida de gratidão para com o homem que permanecerá como aquele que tudo diz e nada teme, aquele que se eleva à condição supra-humana, tornando-se um profeta da escrita, um sábio da realidade e um filósofo do sonho e da utopia.
Adeus! Obrigado e até sempre!