Infelizmente não disponível em Portugal, o filme San Agustin conta-nos a vida deste grande filósofo e teólogo da Patrística. A grande fundamentação da fé cristã passou, sem dúvida alguma, pela pena deste homem nascido em Tagaste e morto em Hipona, já em plenos tempos de decadência do império romano.
Para além das vicissitudes mais exasperantes da sua vida, como a sua relação com Mónica, sua mãe, até à sua passagem pelo Maniqueísmo e pela advocacia, a vida de Agostinho mostra-nos o sentido de devoção a causas que existem para lá da razão. A justiça, a bondade, a beleza, a fé, o compromisso e a transformação são conceitos essenciais na vida e na obra deste pensador.
Deixo-vos com um extrato do diálogo entre Agostinho e o seu amigo Romaniano, que levou Agostinho à conversão ao Maniqueísmo:
Agostinho: Fiz coisas horríveis...
Romaniano: Não é culpa tua.
A: Se não é minha, de quem é então?
R: De ninguém!
A: De ninguém? Que filosofia é essa?
R: Já ouviste falar de Mani? Mani é o profeta da verdade.
A: E em que consiste?
R: Que nada é responsável de nada!
A: Esqueces-te que estás a falar com um advogado? Eu defendo homens que cometeram crimes horríveis.
R: Esse é o cerne da questão. Olha para estas oliveiras. Podemos culpá-las de terem os ramos retorcidos? Não! É a sua natureza. Como nós. Não é culpa nossa que sejamos feitos de matéria, de maldade.
A: Então, não há esperança...
R: Só uma. Seguir Mani, que nos ensina como libertarmo-nos da matéria, da maldade. Convertermo-nos em pura luz, puro espírito.
Nota: classificação pessoal do filme: 5*
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